A paralisação de trabalhadores dos Correios iniciada na noite de terça-feira (19) atinge agências de pelo menos 21 Estados nesta quarta-feira (20), segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares). De acordo com os Correios, no entanto, o protesto não afeta o atendimento ao público.

De acordo com a Fentect, a paralisação busca a “garantia de direitos, salários e emprego”. Para o secretário-geral da entidade, José Rivaldo da Silva, a maior motivação é evitar a perda de direitos já conquistados.

— A expectativa é não perder nossos direitos que são atacados pelos Correios por meio do governo federal. Com a reforma trabalhista, nós estamos sendo os primeiros atacados.

Silva complementa que evitar a privatização dos Correios e o fechamento de 1.800 agências também motiva os trabalhadores a aderir à greve. Para ele, essas medidas significam uma perda de propósito do trabalho dos Correios. O secretário-geral não informou a quantidade de trabalhadores que aderiram ao movimento.

— A empresa acaba deixando de ser aquela que promove a integração do País e o desenvolvimento de pequenas comunidades.

Além dos motivos elencados por Silva, a Fentect diz, em nota, que a paralisação quer um acordo sobre a campanha salarial 2017/2018, denunciar situações como ameaças de demissões, corte em investimentos e outros problemas da companhia.

Os Correios esclarecem que estão dispostos a fechar uma negociação com os sindicatos que aderiram à paralisação, mas quando os trabalhadores retornarem aos postos de trabalho.

“Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa”, diz a nota.

O secretário-geral da federação diz que a carta da companhia informando sobre a suspensão da negociação pegou os trabalhadores de surpresa na manhã desta quarta.

— Queremos solucionar conflitos, mas sem perder os direitos que temos há mais de 20 anos.

Sobre a greve

Segundo a Fentect, 21 Estados já confirmaram a adesão à paralisação. Os Estados do Acre, Rondônia e Roraima ainda não deram um parecer. A federação também complementa que a greve é por tempo indeterminado, até que fechem um acordo com os Correios.

A assessoria de imprensa dos Correios diz que as agências estão abertas e os serviços estão sendo prestados normalmente. Levantamento realizado pela empresa mostra que 93,17% do efetivo dos Correios do Brasil — 101.161 funcionários — estão trabalhando nesta quarta. Os números foram apurados por meio do sistema eletrônico de presença da companhia.

Em nota, a Fentect comenta o lema utilizado para os trabalhadores nesta paralisação. O texto diz: “A campanha segue com o tema: ‘Nossos direitos e empregos ficam, Guilherme Campos sai’. Enquanto isso, não há obrigatoriedade pela manutenção dos 30% de funcionamento, no entanto, algumas agências apenas reduziram o efetivo. A greve é por tempo indeterminado”.

Guilherme Campos é o atual presidente dos Correios.

Fonte: r7.com