O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta quarta-feira (19), em palestra nos Estados Unidos, que a Operação Lava Jato colocou parte da classe política em xeque e defendeu a continuidade das suas investigações.


— A Lava Jato tem colocado parte dos políticos em xeque e, por extensão, eles estão inibidos. […] A Lava Jato é imparável, o que tem que ser feito, vai ser feito. Seu trabalho vai até o final.


Dois dias após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Torquato participou de um ciclo de palestras promovido pelo Wilson Center, de Washington. Falando em inglês, o ministro da Justiça afirmou haver atualmente uma “nova percepção” do direito constitucional brasileiro. Ele destacou ainda que o Poder Judiciário, inclusive o Supremo Tribunal Federal, vai continuar a intervir na política e na gestão pública.


Torquato também defendeu o aumento do uso da tecnologia nas investigações realizadas pela Polícia Federal, órgão que é funcionalmente vinculado ao Ministério da Justiça, em razão de eventuais cortes no orçamento.


— A Polícia Federal está se tornando mais criativa. Tem que distribuir pessoas e dinheiro de uma forma eficiente.


Jurista renomado, o ministro disse que um fenômeno que vem ocorrendo desde a Constituição de 1988 é o aumento do ativismo do Poder Judiciário. Citou como exemplo a decisão do STF referente à demarcação de terras da reserva indígena Raposa Serra do Sol, quando a corte fixou uma série de condicionantes para o uso do solo daquela região.


Na palestra, Torquato não quis responder a nenhuma pergunta ou tecer qualquer comentário referente à denúncia feita por Janot contra o presidente Michel Temer.

 

Fonte: r7.com