Era para ser apenas a posse da diretoria sindicato dos operários portuários de Santos (Sintraport). Mas acabou se transformando na ameaça de uma greve nacional nos portos, provavelmente em julho.
A medida chegou a ser colocada em votação e aprovada, mas, oficialmente, precisará de assembleias específicas, em todos os sindicatos, para se concretizar.
Se deflagrada, será apenas nas companhias docas administradoras dos portos, sem abranger os trabalhadores avulsos, como os de capatazia e estivadores, entre outros.
O motivo seria um aumento de 10% para 27% nos salários dos empregados dessas empresas estatais como contribuição ao seu instituto de seguridade social, o Portus.
A greve foi proposta pelo presidente nacional da central Força Sindical, Paulo Pereira da Silva ‘Paulinho da Força, também deputado federal (SD-SP), presente na posse.
Segundo ele, o interventor do Portus disse, em reunião com sindicalistas, na quarta-feira (14), que pretende reajustar as mensalidades para cobrir um rombo de R$ 4 bilhões.
“Os trabalhadores não têm culpa nenhuma por esse déficit”, disse Paulinho.
Segundo o deputado, o prejuízo se deve à incompetência administrativa do fundo e inadimplência por parte das docas.
Na reunião, em Brasília, que contou com a participação do ministro da fazenda, Henrique Meireles, o interventor do Portus, Luís Gustavo da Silva Barbosa, sugeriu que o novo percentual fosse aplicado em abril.
O deputado e os sindicalistas, entre eles o presidente empossado do Sintraport, Claudiomiro Machado ‘Miro’, propuseram uma trégua de três meses, até 1º de julho.
Após o discurso de Paulinho da Força, Miro também colocou a proposta de greve em votação simbólica e ela foi aprovada por unanimidade.
A posse
A posse de Miro, oito meses após reeleito, em 14 de julho de 2017, com 98% dos votos úteis, foi prestigiada por dezenas de sindicalistas da região e de São Paulo.
Além de Paulinho, esteve também presente o deputado federal Orlando Silva (PCdoB), o vice-prefeito de Santos, Sandoval Soares (PSDB) e o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves ‘Juruna’.
Dois temas nacionais também foram abordados na solenidade: a execução a tiros da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol) e a greve dos servidores municipais de São Paulo.
Miro destacou a importância da unidade dos trabalhadores em defesa de seus direitos e da democracia, conclamando a participação das bases nas assembleias e reuniões.
Fonte: Sintraport