Desempenho foi puxado pela indústria e comércio, que abriram mais de 700 mil postos de trabalho no trimestre

A taxa de desemprego caiu para 6,4% no trimestre móvel encerrado em setembro. Trata-se da menor taxa já registrada para este mês e a segunda menor já registrado em toda a série histórica da pesquisada, iniciada em 2012. Atualmente, o país conta com 103 milhões de pessoas ocupadas, o maior contingente já registrado.

O número de trabalhadores no setor privado também atingiu recorde, somando 53,3 milhões de trabalhadores, sendo 39 milhões com carteira assinada e 14,3 milhões sem carteira.

  • O resultado foi puxado pelo desempenho da indústria e comércio, que abriram mais de 700 mil postos de trabalho no trimestre
  • A taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho, que serve de comparação, foi de 6,9%
  • Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira

Cerca de 7 milhões de pessoas estavam em busca de uma oportunidade no trimestre, ou seja, eram consideradas desempregadas pelos critérios da pesquisa. É o menor contingente desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

Indústria e comércio puxam vagas

O bom desempenho do mercado de trabalho foi pela indústria e pelo comércio, que abriram mais de 700 mil postos de trabalho no trimestre. Só a indústria registrou incremento de 416 mil profissionais, alta de 3,2% no trimestre. O comércio, por sua vez, absorveu 291 mil trabalhadores – alta de 1,5% no trimestre – e chegou ao recorde de 19,6 milhões de pessoas ocupadas. Os demais setores permaneceram-se estáveis.

— O terceiro trimestre aponta para retenção ou crescimento de ocupados na maioria dos grupamentos de atividades. Em particular, a indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira — explica Adriana Beringuy, gerente da pesquisa.

Recorde de emprego com carteira

O setor privado atingiu recorde com 53,3 milhões de trabalhadores, uma alta de 2,2% no trimestre e de 5,3% no ano. Dentro deste contingente, o número de empregados com carteira assinada cresceu 1,5% no trimestre e 4,3% no ano, chegando ao maior patamar da série (39 milhões).

Já o número de empregados sem carteira aumentou 3,9% no trimestre (mais 540 mil pessoas), alcançando 14,3 milhões. No ano, a alta foi de 8,1% (mais 1,1 milhão de pessoas).

O contingente de trabalhadores no setor público também atingiu seu maior nível: 12,8 milhões de trabalhadores. Apesar de ter se mantido estável no trimestre, o setor público apresentou um crescimento anual de 4,6%, com mais 568 mil pessoas empregadas.

O aumento foi impulsionado principalmente pelos servidores sem carteira, com alta de 4,2% no trimestre e 9,1% no ano, enquanto o grupo de militares e servidores estatutários ficaram estáveis ​​em ambas as comparações.

Pnad x Caged

A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações trimestrais. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.

Já a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério. Os dados são mensais.

Os números mais recentes foram divulgados na quarta-feira e mostraram que o Brasil abriu 248 mil postos de trabalho em setembro, acima das estimativas.

Fonte: Jornal O Globo
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 de outubro de 2024